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5 de junho 2020

Apraxia da fala na infância

Ao estudarmos os quadros de acometimentos motores da fala, o diagnóstico
de Apraxia da Fala na Infância (AFI) é um dos mais relatados na literatura. É
caracterizada por um transtorno em que as crianças demonstram dificuldade para
atingir a configuração articulatória inicial e as sequências de fonemas (FISH, 2019).
Segundo a ASHA (2007), a AFI é um distúrbio neurológico de fala infantil no qual a precisão e a consistência dos movimentos da fala estão prejudicadas na
ausência de déficit musculares. A dificuldade central está no planejamento e/ou
programação para seguir parâmetros de movimentos e de sequências de
movimentos que resultam em erros na produção dos sons da fala e na prosódia.
A criança pode apresentar dificuldades para mover lábios, língua e mandíbula
em sequência de maneira correta, embora seus articuladores apresentem condições
para a fala. A dificuldade está em programar como a fala deve acontecer (SANTOS,
2019).
As crianças com AFI apresentam erros na produção de consoantes e vogais;
metátese, ou seja, troca de fonemas em uma mesma palavra; repetição de sílabas e
palavras; coarticulação; diadococinesia e dificuldades nos contrastes acentuados.
Durante a repetição de palavras é frequente a inconsistência na produção das
repetições, assim como nos erros. Pode-se citar o exemplo da palavra alvo
“boneco”, na qual a pessoa repete: “boteco”, “boleco”, “boneto”, demonstrando a
inconsistência nos erros. Dentre estes, a coarticulação é um dos elementos-chaves
para o diagnóstico de AFI, pois consiste na busca da pessoa pela pronúncia correta
da palavra (PETER et al., 2019).

Atraso Motor de Fala


O Atraso Motor da Fala (AMF) foi caracterizado por Shriberg et al. (2019) por
ser um tipo de transtorno motor que apresenta: fala, prosódia e voz imprecisas e
instáveis que não atendem aos critérios de disartria infantil ou apraxia de fala infantil.
Este tópico ainda é bastante especulado, com poucos estudos epidemiológicos
realizados, e seu diagnóstico tem sido feito por exclusão. Os autores Vick et al.
(2014) destacam que esse subgrupo AMF caracterizado, anteriormente, como
aqueles que apresentam déficits idiopáticos no controle motor da fala, representam
um fator de risco primário em torno de 25% para crianças que apresentam algum
tipo de transtornos dos sons da fala.

Disartria

Quanto à classificação de disartria infantil e apraxia da fala na infância foram
incluídos nesse sistema de classificação exposto na figura 1, após terem sido
identificados em pesquisas como quadros que ocorrem frequentemente. Em estudos
genéticos específicos essa associação e outras têm sido relatadas (MORGAN;
WEBSTER, 2018).
Os quadros de Disartria Infantil podem ser caracterizados por diferentes tipos,
conforme os acometimentos e a sintomatologia apresentada por cada quadro; esse
transtorno motor da fala acomete a execução. Para Duffy (2013) as disartrias são
um grupo de distúrbios motores de fala de origem neurológica que remetem a
anormalidades da respiração, fonação, articulação, ressonância e/ou prosódia,
devido a irregularidades de força, velocidade, amplitude, firmeza, tom ou precisão do
mecanismo de fala.

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